sábado, 25 de fevereiro de 2012

Morpheu, socorro!

Morpheu, socorro!
As estrelas pegaram no sono,
caíram em cima do morro!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Elogio ao concreto


 
    U      E      R      J   
    U      E      R      J   
    U      E      R      J   
    U      E      R      J   

Nas entrelinhas

escondi o amor e a rima
nas entrelinhas
um verso acima

*

escondi um verso no calendário
nas estrelinhas
entre as luas de maio

Pele branca,

Pele branca, cabelos negros, e
um sorriso lindo como Plêiades.
Acho que estou à manoela.

Eu, mero coadjuvante

no filme que não vimos
não comemos uma só pipoca
nem nos beijamos no escuro

o filme que não vimos
não era falado, sequer mudo
nem italiano, quiça russo

o filme que não vimos
não era metragem curta, nem longa
muito menos desenho do Pernalonga

o filme que não vimos
não era político, de qualquer matiz,
era sim pura poesia e você a atriz

Isso não é um poema

Morpheu foi dormir e nos esqueceu...
Estamos presos no dia, juntos.
Ele se esqueceu logo de nós dois.

Back on the streets

Algumas coisas acontecem muito
Outras só funcionariam todo dia
Mas todo santo dia, mas todo santo
Isso é muito difícil, por exemplo

É impossível um lapso cocacólico

Quando é que alguém diria:
- Como é mesmo o nome daquele refrigerante?
Aquele preto, parecido com a Pepsi...

Nunca.

Seria imperdoável.

Você pode esquecer a luz acesa,
A idade do seu pai,
O que era mesmo
tudo bem é aceitável
Mas o lapso cocacólico está em extinção

Existem coisas que não podem ser magoadas

Mas bem.
Tem gente que a gente conhece há um tempão, e nada!
E tem gente que a gente mal conheceu e sente como se fosse há um tempão.
Você sabe, não é? O meu negócio é rotular, destravar no interior. Não existem coincidências. Existem, sim, N formas de se dizer a mesma coisa.

Se dizer a mesma coisa existem formas N.
Formas de se dizer existem N a mesma coisa, mesma se coisas N de se dizer formas existem.

Tudo é muito previsível, por exemplo: morte do Roberto Carlos.
Manchetes como: “O trono está vago”.
Ou: “O Rei está morto. Viva o Rei!”.

Ou quando da pós-liberação do jogo no Brasil, o surgimento de uma nova Las Vegas no Mato Grosso.

Deixe-me em paz. Eu nasci ontem demais.

As, ás ou às?

Às vezes a saudade
é tanta que transborda
pelos dois olhos...

Quem tem que fazer sentido é soldado

Não estou aqui, nem ali.
Estou onde ninguém me vê.
Escondido
no silencio das cores.

Ouve-se uma coisa e só:
A respiração de todas as coisas.
Ou melhor, sente-se
e é quente, é só, é triste.

Não sei bem o que faço
aqui. Quem saberia?
Sei o que quero, o que falta.

Não quero tocar
nem ouvir. Nem sentir
Nem entender.

Ponto; vírgula; o

Que sempre quis por demais era ser e
esquecer o que nunca importou.
De antes da esquina esperava
e enquanto não tinha era um.

Depois disso dois em um.
Sempre vi, fiz.
Não trouxe pois nunca tirei de mim.

O mais perto encontro no céu
mas estrelas agora valem metade
pois o verde me faz esquecer o azul.

Tenho comigo e sempre terei.
Por mais perto ou longe que seja
te tenho e sou seu, amor meu meu querido cachorro Joca.

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Penélope

Vamos recomeçar?
Toda noite era assim.
Pareciam Penélope.
Mas do que falavam, o que teciam?

Coisas sem nenhuma importância:
brocados, bobagens, clichês.
Eles tanto sabiam que, vez por outra,
um chamava o outro de "bobo".

Para eles, "time is not money".
Era a forma que tinham
de fazer o tempo, infinito.

Falavam, falavam e nada diziam.
Mesmo sem tempo, para eles
o tempo reaparecia.

O velho sugerimento de Machado

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura
como se nada fosse o fim
você continua
a trazer o cheiro da manhã.

Enquanto travamos este
duelo, resistirei, mesmo sem
conseguir dizer o que
só teu cheiro diz.

Continuarei aqui, em leito para
ouvir teu som, que só eu ouço;
o som que quero ouvir.

Quando murchares direi o que mereces,
já que termina dessa forma meu epitáfio:

Perde-se a vida, ganha-se a batalha.